I - JOVEM BARDO
Na calada noite insone, afloraste.
O poema primeiro que me mandaste,
lá estava inteiro, belo, tão suave...
Como terno arrulho de doce ave!
Em a minha enternecida memória
lembro, havia certeza de glória
esperando pelo meu jovem bardo.
- Que te fez a vida? Foi-te um fardo?
Sufocou teu esplendoroso criar?
Fazias-me, as mãos, o peito apertar.
Um indomado coração saltava.
Desenfreado galope! Magoava,
pam , pam . Romperia? Dava receios!
Éramos jovens, de sonhos tão cheios!
*
Ias para outras plagas...
Voltarias!
Atravessarias penhas e fragas...
Prometeste.
Um dia voltaste; o mesmo não foste.
Não mais vieste, aos poucos... Foste!
(Pensei assim.)
*
Hoje chegaste e, nem sabes!
Nem eu sabia! Que dentro de mim,
eu te escondia!
Maria Luzia Villela
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